Ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel compartilha fatos históricos do CNMP no Café com Memória
O convidado desta edição do projeto "Café com Memória" deu posse à primeira turma de servidores que ingressaram no quadro de pessoal do Conselho Nacional do Ministério Público, foi um dos responsáveis pela mudança da instalação do órgão para a sede própria atual e criou a Ouvidoria Nacional do Ministério Público. O entrevistado é o advogado e jurista Roberto Gurgel, procurador-geral da República e presidente do CNMP de 2009 a 2013. O vídeo está disponível no canal do CNMP no YouTube.Em bate-papo com o presidente do Comitê Gestor do Plano Nacional de Gestão de Documentos e Memória do Ministério Público (Coplaname), conselheiro Jaime de Cassio Miranda, Gurgel destacou: “uma das minhas prioridades, desde o meu primeiro dia de mandato, foi a valorização do CNMP. Meu objetivo sempre foi dar ao Conselho todas as condições para que órgão exercesse as suas atribuições”.“Este projeto traz um pouco daquilo que a gente quer contar da nossa história e das nossas memórias. Gurgel faz parte da construção da nossa história e representa bastante”, ressaltou o conselheiro Jaime Miranda.A relação de Roberto Gurgel com o CNMP começou desde a criação da instituição, quando presidiu o Conselho por persas vezes enquanto vice-procurador-geral da República, em substituição ao titular do cargo, Antonio Fernando de Souza. Em sua gestão, Gurgel também é reconhecido pelo planejamento estratégico implantado na Casa.O entrevistado chamou a atenção para o fato de que as várias funções que exerceu durante sua trajetória profissional contribuíram para uma visão ampla do Ministério Público, o que culminou na sua indicação para a chefia do MPU: “eu diria que foi um caminho sem muitos saltos, um caminho natural”.Quanto à importância do CNMP, Gurgel defendeu: “sempre fui favorável à criação de um controle externo e do combate ao corporativismo, sem ceder às pressões políticas”.TrajetóriaNascido em Fortaleza, no Ceará, em 1954, o convidado iniciou a conversa comentando como foi o interesse pelo curso de Direito. Gurgel explicou que tem origem em uma família predominantemente de médicos, inclusive seu pai exercia a medicina. No entanto, o ex-PGR tinha o sonho de ser diplomata e optou por cursar Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), período no qual também fez estágio na Procuradoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro. “Nesta época, trabalhei com o procurador do estado do Rio de Janeiro José Carlos Barbosa Moreira e conheci o atual ministro do STF Luiz Fux”, lembrou.Gurgel foi, ainda, estagiário de advocacia no Riocentro, a convite de Fux. Então, iniciou a vida profissional como advogado, após se formar em 1977. A mudança da advocacia para o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro ocorreu em 1982, com lotação em Brasília/DF. “Toda a minha carreira no Ministério Público se deu em Brasília”, disse o convidado.O convidado ingressou na carreira como procurador da República de 2ª categoria, sendo promovido a procurador da República de 1ª categoria em fevereiro de 1988, a procurador regional da República em maio de 1993 e a subprocurador-geral da República em março de 1994. Foi procurador-chefe da Procuradoria Regional da República da 1ª Região de 1992 até a promoção a subprocurador-geral da República, em 1994. Atuou, ainda, como vice-procurador-geral eleitoral de 2002 a 2004, e como vice-procurador-geral da República de julho de 2004 a 2009.Gurgel é subprocurador-geral da República aposentado desde 2013.Café com MemóriaO programa "Café com Memória" é uma ação desenvolvida pelo Coplaname, vinculado à Presidência do CNMP. O projeto destina-se a preservar e pulgar a história oral do Ministério Público brasileiro, por meio do registro de conversas entre o conselheiro presidente do Coplaname e autoridades que ocuparam posições de destaque na instituição, contribuindo para o seu desenvolvimento e contínuo avanço.Nos primeiros programas, disponíveis no canal do CNMP no YouTube, já foram entrevistados o subprocurador-geral de Justiça Militar Antônio Duarte, o procurador de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre Oswaldo D’Albuquerque e o subprocurador-geral da República aposentado Antonio Fernando Barros.Veja a entrevista com Roberto Gurgel.