Comitê do CNMP apoia projeto de combate ao tráfico de pessoas
Nesta semana, foram lançados dois vídeos sobre tráfico de pessoas para integrar a campanha “Expectativa e Realidade”, alusiva ao Dia Mundial de Combate ao Tráfico de Pessoas, 30 de julho. A iniciativa "Liberdade no Ar", do Ministério Público do Trabalho (MPT), recebeu apoio do Comitê Nacional do Ministério Público de Combate ao Trabalho em Condição Análoga à de Escravo e ao Tráfico de Pessoas (Conatetrap) do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
“O tráfico de pessoas, uma das atividades mais lucrativas do mundo e, infelizmente, é uma realidade no Brasil. É da maior importância que o Ministério Público brasileiro canalize esforços para conscientizar seus profissionais e a sociedade em geral sobre o conceito e o modo de operar do tráfico humano, para que se possa erradicar, de uma vez por todas, essa gravíssima prática”, comentou a Dra. Lys Sobral, membra colaboradora do Conatetrap.
O intuito do projeto, que já está no quinto ano e conta com o apoio de persas instituições, é chamar atenção para o tráfico de pessoas. A campanha deste ano trouxe duas histórias: a primeira, de uma vítima de tráfico de pessoas que é submetida a trabalho análogo ao escravo em confecção precária, e a outra mostra o caso de uma mulher que aceitou falsa proposta para trabalhar como cozinheira e se tornou vítima de exploração sexual. Ambos os vídeos inspiram-se em casos reais.
Veja as produções deste ano.
O Comitê Nacional do Ministério Público de Combate ao Trabalho em Condição Análoga à de Escravo e ao Tráfico de Pessoas é presido pela conselheira Cintia Brunetta. Instituído no CNMP em 2019, o Conatetrap, que tem composição paritária de todos os ramos do Ministério Público brasileiro, visa aprimorar a atuação do MP no combate ao trabalho análogo ao escravo e ao tráfico de pessoas
Saiba mais sobre o Projeto Liberdade no Ar
A iniciativa do MPT, lançada em 2019, busca sensibilizar a sociedade e capacitar profissionais do transporte de passageiros para identificar casos de tráfico de pessoas. O projeto dissemina informações entre os viajantes e treina os trabalhadores do setor para desconfiar de promessas de emprego que camuflam fraude e para detectar situações de exploração. A ação é conduzida com cuidado de não estigmatizar viajantes em razão de raça, gênero e condição migratória.
O projeto foi inspirado na história da comissária de bordo americana Shelia Fedrick, que salvou uma menina vítima de tráfico de pessoas, em 2011, após desconfiar do modo como o acompanhante dela a tratava durante o voo da Alaska Airlines, entre Seattle e San Francisco, nos Estados Unidos.
Campanhas anteriores
2023 - Desconfie de propostas “encantadoras”
Traz vídeos que retratam formas como as vítimas são aliciadas, com propostas "encantadoras", que se revelam mentirosas quando elas chegam a seus destinos. No primeiro vídeo, um jovem que sonhava em trabalhar com tecnologia da informação recebeu uma proposta encantadora para um trabalho no exterior, mas acabou em situação de trabalho análogo ao escravo, obrigado a aplicar golpes virtuais nas redes sociais.
No outro, um trabalhador prestes a se tornar pai aceitou um trabalho temporário em uma lavoura no sul do país para dar melhores condições de vida à sua família. Mas, ao chegar na fazenda, ele se deparou com uma grande dívida referente à sua viagem e acabou submetido ao trabalho análogo à escravidão.
2021 e 2022- Expectativa e Realidade
A campanha de 2021 enfoca nas ofertas falsas de trabalho doméstico bem remunerado, de contrato de modelagem internacional e da carreira como jogador de futebol que resultam em exploração no Brasil e no exterior.
Já a campanha de 2022 focou em enredos que abordam o tráfico de pessoas na perspectiva da exploração no amor romântico, e em trabalho forçado na construção civil e em atividades ligadas ao desmatamento. 2020 - MPT em quadrinhos
A série de tirinhas do MPT em Quadrinhos foi veiculada, durante o mês de julho de 2020, nas redes sociais do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Organização Internacional para Migrações (OIM) e das demais instituições que integram o projeto Liberdade no Ar. O conteúdo foi adaptado para vídeo com narração, de forma a tornar o material acessível para pessoas com deficiência visual. Foram produzidos, também, vídeos que orientam a respeito de comportamentos e situações suspeitas aos quais as possíveis vítimas devem se atentar.
*Com informações do Ministério Público do Trabalho e do Ministério da Justiça e Segurança Pública